Mosquitos
O termo genérico “mosquito” é empregado normalmente para designar o pernilongo, incômodo hóspede das residências, que não passa, todavia, de um dos membros de uma das muitas famílias de mosquitos.
Mosquito é o nome que se aplica aos insetos dípteros (com duas asas) da subordem dos nematóceros, cuja principal característica é o número de artículos das antenas, sempre superior a dez. As famílias mais importantes que integram essa subordem são: tipulídeos, psicodídeos, culicídeos, quironomídeos, ceratopogonídeos, simuliídeos, bibionídeos, micetofilídeos, sciarídeos e cecidomiídeos.
Tipulídeos:
Inofensivos, os tipulídeos são mosquitos grandes (algumas espécies chegam a cinqüenta milímetros de comprimento). São facilmente identificáveis pela cabeça arredondada, tórax com uma sutura em forma de V, no dorso, asas transparentes ou manchadas de escuro e com muitas nervuras longitudinais e pernas muito compridas. Aparecem freqüentemente no interior das casas, sobretudo quando há jardins nas proximidades; nos recantos sombrios das matas; e, às vezes, voejando em grandes bandos, acima da água de rios e lagoas. Os adultos não possuem aparelho bucal penetrante; nutrem-se sugando líquidos e vivem no máximo algumas semanas. As larvas, de acordo com a espécie, são aquáticas, semi-aquáticas ou terrestres.
Psicodídeos
O tamanho dos psicodídeos nunca ultrapassa quatro milímetros. Seu corpo é bem recoberto de pêlos e sua aparência é a de uma mariposa em miniatura. Os mais familiares ao homem são os do gênero Psychoda, que se criam nos ralos e nos canos de saída de água servida e são vistos pousados, imóveis, nas paredes dos banheiros. Os mais importantes, porém, são os flebótomos (do gênero Phlebotomus).
Esses mosquitos recebem no Brasil diversos nomes populares como mosquito-palha, tatuquira, birigui, bererê etc. Vivem no interior das florestas, de onde passam para as habitações humanas próximas. As fêmeas sugam sangue de vertebrados e transmitem ao homem as leishmânias, protozoários causadores de graves doenças humanas. As larvas dos flebótomos vivem em água acumulada, em lugares muito úmidos e na matéria vegetal decomposta.
Culicídeos
Os mosquitos da família dos culicídeos apresentam o corpo revestido de pelos e escamas. Nas espécies hematófagas (que se nutrem de sangue), o aparelho bucal das fêmeas serve para picar. Os machos nunca sugam o sangue e, em diversas espécies, ambos os sexos se nutrem sugando flores. As larvas de todas as espécies são aquáticas e a desova se efetua em meio líquido (lagoas, brejos, poços, piscinas etc.) ou em local próximo, de onde a larva se locomove até a água. Nessa família incluem-se os pernilongos sugadores de sangue, comuns no interior das casas, em suas proximidades ou só no interior das florestas.
Muitas das espécies de culicídeos são transmissoras de graves doenças: os Anopheles carreiam os germes causadores da malária; o Aedes aegypti transmite a febre amarela e o dengue; e o Culex, de hábitos domiciliares, transmite os vírus causadores de certas encefalites.
Quironomídeos
Embora com aspecto semelhante ao dos culicídeos, os quironomídeos apresentam algumas diferenças: ausência de escamas; aparelho bucal com tromba curta; margem anterior do tórax um pouco saliente, escondendo a cabeça. A maioria das espécies tem o tamanho aproximado de cinco milímetros.
Os focos de luz atraem os mosquitos dessa família, e eles, não raro, são vistos esvoaçando em bandos, ao entardecer, a pouca altura do solo. As larvas geralmente são aquáticas e saprófagas (se nutrem de restos orgânicos em putrefação).
Ceratopogonídeos. Minúsculos, os ceratopogonídeos não atingem mais de três milímetros de comprimento. As espécies mais comuns, do gênero Culicoides, são hematófagas (as fêmeas) e conhecidas por nomes populares, como mosquito-pólvora, mosquitinho-do-mangue, maruim, meruim e bembê. Os mosquitos dessa família transmitem algumas filárias ao homem. Sua picada é bastante dolorosa e pode produzir lesões eczematosas.
Simuliídeos: Conhecidos vulgarmente como borrachudos e piuns, os simuliídeos medem de um a quatro milímetros de comprimento e apresentam tegumento escuro, algumas regiões do corpo revestidas de pruína (revestimento tenuíssimo de cera) cinza-azulada, tórax convexo, pernas curtas e asas largas. As larvas são depositadas em cursos d”água de leito pedregoso e ali aglomeram-se, fixando-se a pedras submersas. Os borrachudos são transmissores de filárias geradoras da oncocercose, que pode ocasionar a cegueira completa. Atacam em grandes grupos, o que pode ameaçar a vida de suas vítimas.
Bibionídeos:
O tamanho dos bibionídeos, mosquitos inofensivos, oscila entre quatro e dez milímetros. A cor é preta, as antenas são curtas e as asas enfumaçadas. Em várias espécies, o tórax é amarelo-alaranjado. Os adultos se alimentam do néctar das flores e as larvas crescem em substâncias vegetais em decomposição.
Micetofilídeos
Distinguem-se os micetofilídeos pelo tórax convexo, enorme comprimento das coxas e esporões no ápice das tíbias. Os adultos vivem em recantos sombrios de florestas, lugares de grande umidade, madeira apodrecida e rochedos cobertos de musgo. As larvas desenvolvem-se na terra úmida, em fungos e sobre vegetais em decomposição.
Sciarídeos:
Muitas espécies de sciarídeos vivem em cavernas e grutas. Essa família diferencia-se dos micetofilídeos apenas pelas coxas não alongadas e pelos olhos compostos, próximos à base das antenas. As larvas se desenvolvem sobre fungos.
Cecidomiídeos:
Minúsculos e frágeis, com as nervuras das asas bem reduzidas, os cecidomiídeos, na forma larvar, provocam nas plantas deformações chamadas galhas, cujas características variam segundo a espécie de cecidomiídeo que as ocasionam.