O ambiente urbano é propício ao ciclo de vida de pragas como os Cupins. Nesse ambiente eles encontram comida, abrigo e tudo o que precisam para se reproduzir. Em pouco tempo umas poucos cupins, podem dar início a uma infestação. Para a eliminação e controle desse hóspedes indesejados, contamos com as mais avançadas técnicas e equipamentos. Nossa equipe é capaz de solucionar seus problemas ao realizar a descupinização de forma eficiente evitando danos ao seu patrimônio.
CUPINS SUBTERRÂNEOS
Como se sabe o cupim subterrâneo (Coptotermes spp., Heterotermes spp.) normalmente tem seu ninho principal localizado no solo, podendo estabelecer colônias secundárias no interior da edificação de preferência em locais úmidos. Estes insetos aproveitam as fezes como material para a edificação do ninho e túneis a ele associados. As fezes, pastosas, são pacientemente depositadas pelos cupins, até resultarem em formidáveis ninhos. Seus ninhos são subterrâneos ou construídos em espaços estruturais bem abrigados nos vários pavimentos das edificações (como porões, poços de ventilação e de elevadores, subestruturas de pisos, paredes e lajes duplas, caixas de eletricidade e telefonia, vãos sob escadaria, e caixões perdidos em geral), escuros e de má ventilação, os quais asseguram a umidade necessária ao desenvolvimento da colônia, além do equilíbrio de temperatura e, freqüentemente, a inviolabilidade do local. Quando presentes nos andares superiores das grandes edificações, não necessitam contato direto com o solo, desde que haja fonte de umidade suficiente para a prosperidade da colônia (ninho aéreo). Árvores ornamentais constituem excelente reservatório urbano deste cupim, por albergarem colônias enormes no interior de troncos e raízes. É comum encontrarmos colônias de Coptotermes ocultos em locais de acesso muito difícil, impossibilitando na maior parte dos casos, à despeito da vistoria no local infestado, sua localização.
Destes ninhos irradiam túneis por onde transitam expedições forrageiras, com soldados e operários numa busca por alimento para a colônia (entende-se por alimento qualquer material orgânico que contenha celulose). Os túneis são subterrâneos ou percorrem toda a infinidade de espaços e frestas que permeiam as edificações (juntas de dilatação, rachaduras, trajetos de tubulações hidráulicas, interior de conduítes, vãos atrás de azulejos etc.), passando por frestas e fendas de até 0,4 mm, estas trilhas são aleatórias, uma vez que soldados e operários não possuem olfato ou visão, são sensíveis apenas à vibrações, sendo necessárias várias trilhas para que se localize uma única fonte de alimento. Quando construídos em locais mais expostos, geralmente estão dissimulados nas arestas e fendas em geral. Uma vez encontrada essa fonte, a trilha é então marcada com uma substância chamada de feromônio (uma secreção utilizada para comunicação), para que possa ser explorada. Uma colônia atinge a maturidade num período que varia de cinco a sete anos; nessa fase está apta a realizar revoadas, lançando milhares de indivíduos sexuados e alados (conhecidos também como bichinhos da luz ou aleluias) para o exterior, visando a formação de casais reais e conseqüentemente novas colônias. A população nas colônias maduras de Coptotermes é enorme, com dezenas de milhares a alguns milhões de indivíduos. Os soldados são numerosos. Possuem cabeça castanho-amarelada, provida de longas mandíbulas. A rainha atinge grande tamanho, em comparação com os demais habitantes da colônia, devido ao fenômeno da fisiogastria. Pesquisas feitas nos Estados Unidos da América registraram colônias maduras de cupins subterrâneos Coptotermes spp. realizando consumo médio diário de 300 gramas de material celulósico.
CUPIM DE MADEIRA SECA
A denominação “cupim de madeira seca” abrange muitas espécies pertencentes à família Kalotermitidae. Esses cupins formam colônias no interior de estruturas e objetos de madeira, para se alimentar da celulose, o principal componente desse material. O aspecto mais interessante é a atração desses insetos justamente por madeira bastante seca, com umidade inferior a 30%, onde cavam galerias e fazem seus ninhos. Esses cupins são lentos, têm o corpo cilíndrico e as pernas relativamente curtas, se comparados aos cupins subterrâneos. Cupins de madeira seca atacam, além dos móveis (armários, mesas, cadeiras e outros), estruturas existentes nas casas (portas, janelas, pisos, rodapés, forros, vigas de telhados) e outros utensílios e objetos de madeira, e ainda perfuram livros e papéis deixados sobre mesas ou estantes infestadas. Raramente infestam árvores vivas, como alguns cupins subterrâneos, mas são bastante conhecidos como destruidores de monumentos históricos, pois infestam peças antigas de igrejas e museus. Entre outras razões, essas peças são mais suscetíveis ao ataque por não terem recebido, na época em que foram criadas, proteção adequada contra esses insetos. Além disso, não existe uma substância inseticida que proteja o material por períodos muito longos.
Os cupins deixam, na peça atacada, apenas uma fina ‘casca’ superficial, facilmente deformada ou quebrada por um leve toque da mão de uma pessoa. Muitas espécies de cupins de madeira seca estão hoje disseminadas por todo o mundo. São encontradas até em regiões frias, como o Canadá, pois vivem no interior de habitações humanas. Nos locais com inverno mais rigoroso as casas geralmente têm aquecimento, o que garante uma temperatura agradável para o desenvolvimento das colônias desses insetos. Acredita-se, no entanto, que antes da ocupação humana esses cupins não existiam nessas regiões, onde teriam sido introduzidos, ao longo dos últimos séculos, através do transporte de peças de madeira infestadas. As colônias dos cupins de madeira seca, por seu tamanho reduzido, são capazes de viver até em pequenos objetos, o que facilita o transporte e a introdução desses insetos em regiões distantes do local de origem. Essa disseminação fez com que várias espécies de cupins superassem grandes barreiras naturais, como os oceanos. O cupim de madeira seca mais comum é Cryptotermes brevis, encontrado hoje em quase todos os continentes.
Como habitam um ambiente de baixa umidade, os cupins de madeira seca têm que evitar a perda de água, necessária ao organismo, e conseguem isso produzindo bolotas fecais secas. Os resíduos empilhados sob os móveis infestados, conhecidos como ‘pozinho do cupim’, são formados exatamente pelas bolotas fecais. Os grânulos fecais apresentam diferentes cores – podem ser claros (bege) ou escuros (vermelho ou preto) – e não têm sua forma alterada com o tempo. São expelidos periodicamente da peça infestada através de orifícios circulares ligados ao sistema de galerias e câmaras que constitui o ninho desses cupins. Em geral, tais orifícios ficam vedados por uma secreção intestinal marrom dos próprios cupins: depositada ainda líquida, a secreção endurece com o tempo. Os cupins também utilizam a mesma secreção para fechar passagens dentro do ninho. Os grânulos fecais dos cupins de madeira seca têm o formato aproximado de um cone curto, de ‘pontas’ arredondadas, com menos de 1 mm de comprimento. Cada grânulo apresenta seis marcas superficiais, dispostas longitudinalmente, resultantes da impressão dos músculos retais do tubo digestivo quando é expelido.
As colônias de cupins de madeira seca têm uma população relativamente pequena e seu crescimento é vagaroso. Em geral, uma colônia possui uma população constituída por centenas de indivíduos (100 a 300). Mesmo com uma população pequena, esse inseto se torna um problema pelo fato de muitas colônias poderem habitar o mesmo móvel ou peça. Um móvel muito infestado por esses cupins pode emitir ‘barulhinhos’, resultantes da ação das mandíbulas desses insetos na madeira, durante sua alimentação. As escavações, paralelas aos veios da madeira, produzem câmaras achatadas e ligadas por passagens estreitas. As madeiras preferidas por esses cupins são as de árvores do gênero Pinus (pinheiros) e os compensados (compostos de finas folhas de madeira coladas e prensadas).
Os insetos acumulam os grânulos fecais em algumas câmaras e, de vez em quando, empurram parte deles para fora da peça infestada através de orifícios feitos na superfície da mesma. Depois, os orifícios são novamente selados com a secreção intestinal. Com o tempo, a colônia amplia o ninho de tal maneira que a peça de madeira ou o móvel ficam completamente ocos. As paredes internas dessas galerias são muito lisas e todo o ninho é mantido limpo pelos cupins, que inclusive devoram rapidamente os integrantes da colônia mortos.
Suas colônias são compostas por diferentes tipos de indivíduos: os soldados, os falsos operários, o casal real e os jovens. A função dos soldados, como o nome indica, é basicamente a de defesa da colônia contra predadores, mas não são agressivos como os de outras espécies de cupins. Os jovens saem dos ovos como ninfas – indivíduos menores e brancos, que não se alimentam sozinhos. Os falsos operários constituem a casta mais numerosa. São indivíduos imaturos de cor branca ou creme e desempenham todas as tarefas da colônia. Eles escavam e consomem a madeira, cuidam do par real, dos jovens, dos ovos, da limpeza do ninho e alimentam os outros membros da colônia, incapazes de fazer isso sozinhos. Esses indivíduos são denominados falsos operários, pois podem originar reprodutores, fato que só ocorre em poucas famílias de cupins. As colônias geralmente têm um casal real, e a rainha, pouco maior que o rei, apresenta o abdômen levemente dilatado. Os jovens e os ovos, de cor rosada, ficam perto das galerias habitadas pelo casal real. Todo ano, em uma colônia madura, parte dos falsos operários se transforma em reprodutores alados, de corpo marrom e asas iridescentes, e deixa o ninho, voando em direção às luzes para encontrar seus parceiros. Os vôos de dispersão ocorrem durante várias semanas, entre o entardecer e a noite, em geral durante a primavera, embora pequenos eventos ocasionais tenham sido registrados fora dessa época. Os reprodutores ganham asas um mês antes do vôo e aguardam o momento propício para deixar as colônias, através dos mesmos orifícios usados para a expulsão dos grânulos fecais.
É o único período em que membros da colônia deixam os limites de suas escuras galerias e com freqüência é o primeiro sinal de infestação. Os novos reprodutores não são bons voadores, seu vôo é lento, curto e impulsionado por correntes de ar. Após o pouso perdem suas asas e se agregam em pares (macho/fêmea), procurando um local (geralmente um móvel ou uma peça de madeira) para a nova colônia. O macho segue a fêmea em uma dança nupcial enquanto inspeciona a superfície da madeira procurando uma fenda, uma rachadura, um nó ou buracos de pregos, pontos preferidos para o início da escavação da câmara nupcial. Quando a câmara está grande o suficiente para acomodar o par, sua abertura exterior é selada com a secreção intestinal, esse processo tem duração estimada entre 30 e 60 minutos e é realizado tanto pelo macho quanto pela fêmea. O casal que não encontra um local adequado e seguro desidrata e morre. Seis meses após a formação da colônia, nascem as primeiras ninfas, do primeiro grupo de ovos colocados pela rainha. No entanto, é só a partir do terceiro ano que algum dano pode ser observado na madeira escolhida para ninho. O primeiro soldado também só aparece na nova colônia no segundo ou terceiro ano. Nos ninhos de cupim de madeira seca, o número de soldados é baixo em relação à população total. Uma colônia leva cerca de cinco anos para se tornar madura e produzir a primeira safra de alados. Cada colônia pode durar mais de 10 anos e conter mais de mil membros. Muitas colônias podem viver juntas na mesma peça de madeira (ou mobiliário) e supõe-se que compartilhem o sistema de galerias. Há relatos da observação de 20 colônias vivendo juntas na mesma porta de uma edificação. O dano causado por esses insetos cresce com as seguidas formações de colônias novas coabitando dentro da peça ou estrutura atacada.
Quando o casal real morre, surgem os chamados reprodutores de substituição ou neotênicos (antes, a rainha produzia substâncias – feromônios – que inibiam esse processo). Em geral, uma colônia produz cerca de 10 neotênicos, mas os excedentes são eliminados por lutas entre eles, restando apenas os dois necessários (um macho e uma fêmea).
CUPIM ARBORICOLA
A grande maioria das espécies pertencentes ao gênero Nasutitermes (termidade) é endêmica, principalmente na região neotropical. São essencialmente xilófagos e forrageiam o solo à procura de madeira morta, preferencialmente seca e em decomposição. As espécies que ocorrem na América do Sul nidificam em qualquer tipo de formação vegetal (matas, florestas, caatingas, parques, etc.). Muitas espécies constroem ninhos arbóreos, que estão sempre em comunicação com o solo, por meio de túneis que descem pelo tronco da árvore onde seu ninho foi construído. Às vezes são formados a uma altura considerável do solo. Este comportamento demonstra evidências de evolução e especialização. Poucas são as espécies deste gênero que nidificam somente no solo. No Panamá, bem como em nosso país, algumas espécies de Nasutitermes têm a tendência de construir ninhos vulgarmente denominados cabeça de nego em galhos de árvores, indicando ser este o principal local de formação da colônia, ainda que o casal real inicialmente nidifique no solo; mais tarde a colônia acaba transferindo-se para locais acima do nível do mesmo. Sabe-se pouco a respeito do comportamento e biologia das espécies pertencentes a este gênero.
Os cupins nativos têm sido um problema para a agricultura e o reflorestamento. Entretanto, estão se adaptando às áreas urbanas, tanto é que cidades históricas como Ouro Preto, Vassouras, Bananal, entre outras, já estão infestadas por Nasutitermes spp.
Assim sendo, os cupins do gênero Nasutitermes devem ser encarados como mais uma preocupação para o homem, o qual tem contribuído demasiadamente para o aumento das populações de colônias de espécies pertencentes a esse gênero. Com a invasão do habitat natural desse cupim, o ser humano diminui a fonte natural de seu alimento. Nesse sentido, em se tratando do gênero Nasutitermes, o conceito de praga está equivocadamente adotado.
A princípio, é um cupim de fácil identificação ao nível de gênero, pois a casa dos soldados possui uma fontanela característica e perceptível a olho nu. Todavia, suas espécies são de difícil identificação. Além de inúmeras características morfológicas que os diferenciam, trata-se de um gênero que possui um grande número de espécies e que podem ser identificadas somente por taxonomistas com larga experiência e de muita dedicação ao assunto. Aqueles que pretendem enviar material para ser identificado, devem ter grande paciência, pois exige um trabalho que demanda um certo tempo e boa apreciação pelos especialistas, uma vez que são poucos os taxonomistas que tratam do assunto.
Suas castas são semelhantes às dos demais cupins, cujos indivíduos exercem diferentes funções. Fazem parte do ninho ou colônia:
O rei e a rainha (casal reprodutor, sendo a rainha responsável pela procriação da colônia)
Os ovos.
As formas jovens (ninfas).
Os soldados (indivíduos estéreis).
Os indivíduos de substituição (formas neotênicas – machos e fêmeas).
As operárias (indivíduos estéreis).
Periodicamente, as formas aladas (machos e fêmeas) executam revoadas com o objetivo de acasalamento e formação de novas colônias, portanto resultando na construção de novos ninhos.
Os túneis construídos são geralmente espessos, um forte indício de que a população da colônia é extremamente alta, espalhando-se comumente por todo o madeiramento atacado. Ao contrário de outras espécies subterrâneas, seus ninhos são fáceis de serem encontrados ao redor das construções.
Na cidade do Rio de Janeiro este cupim foi encontrado em patrimônio histórico. Rojas et. al. (1998) constataram o ataque de Nasutitermes spp. no Museu do Açude, pertencente à família Castro Maya. Sendo Peralta et. al. (1998) a cidade de Vassouras está infestada por este cupim. A infestação de Nasutitermes spp. era tão alta que levou dois abacateiros à morte, porque suas raízes foram completamente destruídas pelo cupim. Trata-se de um fato surpreendente já que é comum encontrar este gênero de cupins destruindo apenas madeira morta (preferencialmente seca e decomposição) e não madeira viva.